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TURISMO & HISTÓRIA

Notas para um jornalismo literário e histórico

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Foto do escritorThomas Bruno Oliveira

Igrejas que nos levam ao passado

Igreja de São Francisco e Cruzeiro - João Pessoa-PB

João Pessoa possui as igrejas mais antigas do estado da Parahyba, estas belas construções remontam a fundação da cidade e a presença missionária da igreja na colonização da Capitania. Faremos então uma caminhada pelas igrejas principais, localizadas no nascedouro da capital parahybana. De carro, podemos desembarcar defronte a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, magnífica construção em pedra sabão que remonta a época da conquista da capitania. Construída em aproximadamente duzentos anos, seu inicio foi no longínquo ano de 1592.


Igreja de Nossa Senhora do Carmo e Igreja de Santa Teresa de Jesus da Ordem Terceira do Carmo - João Pessoa-PB

Ao entrar na Igreja dos Carmelitas, podemos apreciar os detalhes barrocos de suas varandas, janelas e altares. Imediatamente em frente ao altar principal, observa-se um corredor com assentos semelhantes a tronos, lugar onde os sacerdotes, desde fins do século XVI, se reuniam e cumpriam práticas cerimoniais.


Nesta rua, após uma caminhada de aproximadamente 200m, chegamos ao largo da Basílica de Nossa Senhora das Neves, que forma a praça Dom Ulrico; neste momento, nos encontramos no epicentro da antiga cidade de Parahyba. Observamos os vestígios antiquíssimos em todos os lados, prédios que resistem ao tempo, árvores centenárias, calçamentos disformes e as grandes igrejas, arquitetonicamente muito belas, testemunhos da religiosidade e cultura dos colonizadores. É uma verdadeira viagem ao passado.


A rua General Osório (antiga Rua Nova), cujo início se dá imediatamente defronte a Basílica de Nossa Senhora das Neves, abriga a igreja de Nossa Senhora de Montserrat, junto ao mosteiro São Bento remontando o início do século XVII em estilo barroco beneditino. Sua construção se dá no início da era seiscentista com conclusão em 1769; em sua sóbria arquitetura estão presentes os óculos e os traços retos e firmes, possui no alto de sua torre um “cão de for” semelhante a um leão, que simboliza a segurança do templo; à sua esquerda, vemos o mosteiro de São Bento, lugar que abrigou além de clérigos, alguns revolucionários paraibanos na importante revolução republicana de 1817.


Detalhe da torre da Igreja de Nossa Senhora de Montserrat - João Pessoa-PB

Dali, caminhamos para a Basílica de Nossa Senhora das Neves, local onde foi construída a primeira igreja da cidade em meados de 1586. Local estratégico onde era observável a desembocadura do rio Paraíba, porta de entrada da então capitania da Parahyba. Demolições sucessivas, no total de três, fizeram com que a Basílica abarcasse vários estilos arquitetônicos, seu ecletismo é observável onde se mira a vista, adereços como o parabento em estilo art nouveau expressa a mistura de tendências que a Basílica possui.


Bem próximo à Basílica, encontra-se a Igreja de São Francisco e o Convento de Santo Antônio. É para lá que seguimos. Construída a partir de 1559, a igreja e o convento já abrigaram o seminário diocesano, colégio, hospedaria de imigrantes, hospital, quartel e até sede de governo no período de dominação holandesa. É tombada pelo IPHAN desde 05 de maio de 1938 e sua grande importância se dá pelo fato dela ter sido construída de forma fiel ao barroco-rococó, constituindo em um dos complexos barrocos mais importantes do Brasil, conta, atualmente, em seu interior, com o museu de arte popular.


O complexo barroco de São Francisco é de encantar até os menos sensíveis a história e arte, a começar pelo cruzeiro em sua frente rodeado de pelicanos, sendo um dos maiores da América Latina. Painéis de azulejos narram a via crucis e um galo, no alto da torre, orienta os observadores sobre a direção dos ventos. Sua torre possui um recuo que foge ao tradicional. A riqueza artística nos altares, nave, teto e nas sepulturas é de impressionar. Não é à toa que este magnífico patrimônio cultural tenha figurado em livros de arquitetura e arte no Brasil e no mundo por sua riqueza estética.


O principal altar da Igreja é composto, em sua maioria, em madeira esculpida e banhada a ouro, a pintura e o revestimento do altar impressiona até adeptos de outras religiões. São tantos detalhes que ficam quase que indescritíveis pela magnitude artística disposta nesta igreja, até a essência de mirra é perceptível ao passar a mão entre as placas de calçamento do interior da igreja.


O convento de Santo Antônio encontra-se por trás da Igreja, este serviu de forte e abrigo ao longo de sua história. O convento é circundado por um bosque, dotado de uma fonte de águas cristalinas, que refrescaram os seus visitantes em meio ao intenso calor tropical.


Nestes arredores, outras belas construções podem ser visitadas como o Palácio do Bispo, o Solar do Encomendador Santos Coelho (Casarão de Azulejos), a Loja Maçônica Branca Dias, a Casa da Pólvora, e outras maravilhas históricas. Contudo, as igrejas é que são responsáveis por uma verdadeira viagem ao passado de João Pessoa, patrimônios históricos e artísticos desta bela cidade que é uma das mais antigas capitais do Brasil. Não basta conhecer as lindas praias, quem não conhecer as igrejas, não conhece a capital da Parahyba.

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O começo

Durante anos temos viajado por diversos lugares para o desempenho de pesquisas e também para o deleite do turismo de aventura. Como um observador do cotidiano, das potencialidades dos lugares e das pessoas, tenho escrito muitas dessas experiências de centros urbanos como também de suas serras, montanhas e rios. Isso ocasionou a inspiração de algumas pessoas na ajuda em dicas de viagem.
Em 2005, iniciamos uma série de crônicas e artigos no Jornal Diário da Borborema, em Campina Grande-PB e após anos, assino coluna nos jornais A União e no Contraponto. Com o compartilhamento das crônicas, amigos me encorajaram e finalmente decidi entrar nas redes.
Aqui estão minhas opiniões, paixões, meus pensamentos e questionamentos sobre os lugares e cotidiano. Fundei o Turismo & História com a missão de ser uma janela onde seja possível tocar as pessoas e mostrar um mundo que quase não se vê, num jornalismo literário que fuja do habitual. Aceita o desafio? Vamos lá!

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